A Psicologia tradicional procura a causa de tudo na infância de seus pacientes; nós procuramos entender a infância das pessoas, sob a ótica reencarnacionista. Para a visão oficial, ela é o início da vida; para nós, é a continuação, sendo uma continuação, tendo uma estrutura organizada pelo Universo, segundo as Leis Divinas. Nós devemos entender e conversar com os nossos irmãos no consultório sobre isso. O dia de amanhã é aleatório ou é a continuação de hoje? O ano que vem não é a continuação desse ano? A nossa próxima encarnação é a continuação dessa. Se alguém não gostou de sua infância, por que a precisou? Por que a mereceu? Tudo na nossa vida é feito por nós mesmos e a nossa infância é o que necessitamos para começarmos a perceber nossas inferioridades, é onde começamos a nos (re)conhecer.
Por que um nasce em uma família rica? E outro em uma favela? Muitas pessoas referem que sua infância foi muito dura, que passaram por dificuldades, quer seja de ordem afetiva, quer seja de ordem financeira, problemas com um dos pais, ou com ambos, ou com outras pessoas. Muitas permanecem com esses traumas pelo resto de sua encarnação, influenciando gravemente seu comportamento. A maioria dos doentes de doenças crônicas como asma, reumatismo, problemas cardíacos, digestivos, renais, etc., criam essas doenças em si por sofrerem por essas questões da infância, e encontramos neles, por trás dos sintomas físicos, questões emocionais como mágoa, ressentimento, medos, raiva, tristeza e insegurança. E os sentimentos vêm dos pensamentos, e esses vêm do Ego, ou seja, a ilusão da ilusão. E enquanto isso, a Medicina do corpo físico fica tratando apenas os órgãos, as partes, e buscando os seus vilões: as bactérias e os vírus.
Os doentes, mesmo os reencarnacionistas, acreditam que os sintomas emocionais têm sua origem lá no início dessa atual trajetória terrena. Mas a experiência das regressões mostra que se esses sentimentos e essas tendências são intensas, já nasceram conosco e foram aflorados, não gerados, na infância pelas situações “injustas”. Sabemos que a mágoa, a raiva, o medo, a insegurança, etc. são os fatores causais mais freqüentes das doenças crônicas, então como resolver isso? Aí entra a Psicoterapia Reencarnacionista para ajudar no nosso esclarecimento de nossas questões kármicas e reencarnatórias. Devemos ajudar as pessoas em tratamento a fazer uma releitura de sua infância, a entender as Leis que estruturam uma infância, a Lei do Retorno, a Lei do Merecimento, a Lei da Necessidade. Essas Leis fazem com que passemos por situações que provocamos em outras vidas (abandono de filhos, por exemplo), vivenciemos o que fizemos a outros, passarmos pelo que merecemos, pelo que precisamos.
Devemos lembrar para os irmãos em tratamento que não nascemos puros e imaculados, e, sim, trazemos sentimentos e características inferiores para tentar aqui melhorá-los, ou eliminá-los. Devemos mostrar-lhes que não devem continuar acreditando que toda aquela sua mágoa, aquela sua raiva, aquele medo, insegurança, iniciaram na infância, como se eles tivesse nascido perfeitos, que não trouxessem esses sentimentos consigo ao nascer. A Psicologia oficial criou uma concepção (não-reencarnacionista) de que tudo nosso surgiu na infância, e fazer as pessoas libertarem-se dessa inverdade não é uma tarefa fácil. É como o mito da pureza da criança, mas que pureza? Apenas um ser perfeito, como Jesus, pode ter sido uma criança pura, nós não temos essa pureza, apenas as nossas imperfeições e inferioridades ainda estão latentes, aguardando as armadilhas e os gatilhos para manifestarem-se.
O psicoterapeuta reencarnacionista deve saber e lembrar para as pessoas que pai e mãe são também Espíritos e, mais do que provavelmente, vimos nos encontrando freqüentemente nessas passagens terrenas, e que eles também aqui estão tentando eliminar suas imperfeições, tentando purificar-se. Devemos reconhecer em nós e falar sobre os rótulos temporários e ilusórios da encarnação pois é preciso entender que ninguém é pai, mãe, filho, irmão, marido, esposa, etc., apenas as Personalidades terrenas acreditam que são. Relembrando para as pessoas essas verdades óbvias, e eles entendendo que não nascemos puros e estando cientes da relatividade dos rótulos, vamos conversando sobre o por que ter nascido naquela família, naquele ambiente, filho daquele pai, daquela mãe, estar passando por tal ou qual situação, etc. O objetivo é ajudar as pessoas a entender o que é estar encarnado aqui, em um Plano Físico, de natureza passageira, a enfrentar essas situações, superá-las, e mostrar-lhes que, em tornando-se vencedores de seu destino, alcançarão a meta única da Reencarnação: a evolução. E isso é atingido ou não, dependendo da atuação da nossa Personalidade Inferior, o que é diretamente proporcional aos nossos pensamentos e sentimentos, e ao alinhamento com a nossa Essência, através da rendição do nosso Ego.
O grande erro é esquecermos de quem na realidade somos e cairmos na vitimação, no sentimento de “coitadinho de mim”, de injustiçado, a grande causa das doenças emocionais e mentais e suas posteriores repercussões físicas.