Glândula Pineal ou Epífese

A glândula pineal ou epífise tem forma ovóide e lembra um caroço de azeitona. O interesse pela glândula é bastante antigo sendo que seus primeiros estudos datam 300 anos antes de Cristo e o filósofo francês René Descartes (1596-1650) já se interessava pela mesma e atribuía a ela a função de ser a sede da alma . De lá para cá foram feitas várias pesquisas, sendo algumas sem nenhum fundamento e só as mais recentes tem dado alguma contribuição científica.
Descobriu-se que ela apresenta metabolismo intenso e grande captação de substâncias como aminoácidos, fósforo e iodo, sendo que no caso deste último só perde para a tireóide. Ela está ligada ao terceiro ventrículo e produz o hormônio melatonina durante a noite, devido à ausência de luz. É constituída por pinealócitos (produtoras de melatonina), astrócitos, e vasos sanguíneos.
Seu funcionamento depende da luminosidade que atinge seus receptores celulares na retina e que trafegam pelo Sistema Nervoso Central. Tais vias seguem para a medula espinhal e atingem os neurônios vegetativos da coluna. Daí passam pela cadeia ganglionar cervical e, aderidos à carótida interna, atingem a glândula. Neste ponto os terminais vegetativos são de tipo ß- adrenérgicos e acoplam com receptores de membrana. A ativação do sistema AMP cíclico ordena a pineal a produzir melatonina, seu principal hormônio.
O ritmo de secreção da melatonina segue um ritmo circadiano , sendo liberada no período escuro e inibida pela claridade. O produto sanguíneo inicial é o triptofano, que por transformações sucessivas (enzimáticas) dá origem à melatonina.
A glândula tem seu ponto alto de desenvolvimento à época da puberdade, quando é máxima a produção de melatonina. A partir daí, a glândula sofre um processo de calcificação progressiva e cujas concreções (produtos sólidos) receberam o nome de areia cerebral ou acérvula .
Com essa diminuição de atividade, e consequentemente da produção hormonal, parece que ocorre uma “liberação” do hipotálamo que passa a secretar e liberar o GnRH que estimula os gonadotróficos (FSH/LH). Assim, o início de declínio da pineal está associado ao processo de desencadeamento da puberdade.
Outros efeitos da melatonina podem ser:  indução do sono, aparecimento do “sono REM”, melhoria do desconforto produzido pela alteração do fuso horário (geralmente causado por longas viagens de avião) como no caso de viagens ao Japão. Tal alteração é denominada de “jet-lag”. Há uma patologia humana denominada de desordem afetiva sazonal (SAD) que melhora quando se promove um tratamento com luminosidade artificial com 2.500 lux de 5 a 6 horas (pela manhã e à tarde). Uma boa prova do envolvimento da melatonina é que durante o tratamento citado, a ingestão de melatonina atrapalha e piora o tratamento (recidiva).
Quanto à patologias na pineal, têm sido relatados casos de tumores que podem originar puberdade precoce ou puberdade retardada, dependendo da localização do tumor. Os pinealócitos, quando tumorais, exacerbam a produção de melatonina, e assim inibem a puberdade. No caso contrário sofrem compressão por parte das células intersticiais e diminuem a produção de melatonina, liberando a puberdade mais rapidamente (não inibição do GnRH).

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s