Vamos fazer uma análise, pare por um instante e reflita; estamos praticando este verbo, ou apenas sobrevivendo, como ligados num piloto automático?
O tempo passa cada vez mais rápido e quando nos damos conta, a vida se resume em obter recursos materiais, acumulando bens e bens materiais, e na hora de usufruirmos disto tudo, a saúde não permite, devido a enfermidades ou deixamos tudo quando falecemos…
Certa vez um jovem advogado foi indicado para inventariar os pertences de um senhor recém falecido, e segundo o relatório do seguro social, o idoso não tinha herdeiros ou parentes vivos.
Suas posses eram muito simples; apartamento alugado, um carro velho, móveis baratos e roupas puídas.
“Como alguém passa toda a vida e termina só com isso?”, pensou o advogado.
Anotou todos os dados e ia deixando a residência quando notou um porta-retratos sobre um criado mudo, e na foto estava o velho morto.
Ainda era jovem, sorridente, ao fundo um mar muito verde e uma praia repleta de coqueiros.
À caneta escrito bem de leve no canto superior da imagem lia-se “sul da Tailândia”.
Surpreso, o advogado abriu a gaveta do criado e encontrou um álbum repleto de fotografias, e lá estava o senhor, em diversos momentos da vida, em fotos em todo canto do mundo.
Em um tango na Argentina, na frente do Muro de Berlim, em um tuk tuk no Vietnã, sobre um camelo com as pirâmides ao fundo, tomando vinho em frente ao Coliseu, entre muitas outras.
Na última página do álbum um mapa, quase todos os países do planeta marcados com um asterisco vermelho, indicando por onde o velho tinha passado.
Escrito à mão no meio do Oceano Pacífico uma pequena poesia:
“Não construí nada que me possam roubar,
não há nada que eu possa perder,
nada que eu possa tocar,
nada que se possa vender.
Eu que decidi viajar,
eu que escolhi conhecer,
nada tenho a deixar,
porque aprendi a viver.”
Como dizia Dalai Lama: “Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro.
E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido.”